segunda-feira, 27 de junho de 2016

Prisão de liberdade


Prisão de liberdade
Sem regras
Sem limites
Embrigado por infinitudes
Regado de antagonismos
Na essência da incoerência
No tumulto de sensações
Em um reflexo de ilusões
Espairecendo por dias escuros
E noites tão iluminadas.
Sustentado por breves tesões
Por amores e sentimentos efêmeros
Como um nômade
Articulando minha ausência a outras
Habitando os mais profundos olhares
Sentindo os mais doces olhares
Dormindo nos mais belos olhares.
Preso em meus momentos
Nos horizontes mais distantes que ascendo
Em um oceano de incertezas
Num quebra-cabeça com defeito
Numa conclusão inconclusiva.
Na amizade da rebeldia
Na energia que mais acumula que dissipa
Nos desejos ocultos que vomito
Nos vestígios que sigo sem rumo
Tornando concreto o abstrato
E abstrato o concreto
Apostando com a mentira
E discutindo com a verdade.
Preso
Liberto
Nessa liberdade ilimitada
Na hipérbole de contradições
Numa anarquia aprazível dos sentidos
Decifrando o indecifrável
Rastreando o utópico
Contemplando o invisível
Me liberto em pensamento
Me liberto em cada olhar
E quanto mais eu me liberto
Mais sinto a liberdade me aprisionar.

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