domingo, 13 de novembro de 2011

Cenário envelhecido


As folhas caem,
O amarelo sobre o chão predomina,
E eu aqui,nessa fascinante paisagem,
Sentado nesse simples banco,
Esperando por ventos que me façam suspirar,
Esperando por todas as folhas e flores que ainda cairão,
Esperando o tempo passar...
Viajo por entre o cenário,
E esqueço do tempo,de tudo,
Apenas sinto,algo que talvez nunca senti,
E...solitário,mergulho por entre versos de um livro rasgado,
O livro da minha vida,do meu passado,
Aquele que me leva a tudo,que me faz suspirar...
É...Sonhei,viajei,e senti os calafrios deste livro do meu passado,presente...
Mas...estou aqui ainda,sentado nesse simples banco...agora envelhecido e...
O tempo passou,sonhei muito...e talvez o livro da minha vida tenha sido fantasioso demais...

Sensações

                     "A persistência da memória" de Salvador Dalí

Noite gelada,brisa suave,
Sensações de um passado,em um presente confuso,
Meu olhar se perde entre as estrelas,no luar,
Meu pensamento viaja pelo céu,pelas lembranças...

Meu coração bate mais forte,meu corpo está arrepiado,
Minha respiração acelera,estou trêmulo,
Os sentimentos me atordoam,se embaralham,
O vento está forte,me trazendo o que um dia levou embora...

Não entendo,não sei o que sinto,
Apenas sinto,e desse sentir me faço triste e feliz,
Choro,mas não são lágrimas lúgubres,são apenas lágrimas,
E sorrio...sorrio para as estrelas,para o luar...

Estou preso à realidade,mas prefiro o sonho,
Quero navegar livremente pelo céu,pelo brilho das estrelas,
Quero mergulhar no passado,e viver o que estou vivendo,
Pois meu passado se tornou presente,e meu presente se perdeu no meu passado...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Sua voz


Ouço tua voz,tão suave na imensidão,
Nessa noite vazia,nesse mundo vazio,
Solitário,esperando por nada,
Ouço tua voz,calado,apenas ouço tua voz...

Sem razões,sem motivos para nada,
Procuro algo dentro de mim,algo no fundo das minhas lembranças,
Procuro sorrisos,procuro felicidade,
Ao som da sua voz,ao fim do céu...

Não penso,não falo,não me mexo,
Meus olhos se fecharam,e não querem mais abrir
Tudo está calmo,nada comum,
E ainda ouço tua voz,suave...

O tempo passa,não para,somente eu parei,
Parei na vida,parei em tudo,parei simplesmente de viver,
E continuo aqui,jogado,calado,ouvindo...
Ouvindo tua voz,trazida pelo bater do vento...

Versos da liberdade


Estou livre,liberto,
Posso voar,posso correr,
Posso sonhar,posso viver,
Mas...é estranho,é comum...
Posso sair,contemplar a liberdade,
Posso correr sobre os mares,e navegar pelos céus,
Posso fazer tudo,
Mas...não quero...
Tenho liberdade,tenho tudo,
Mas não quero isso,
Não quero ser livre...
Sim...quero me prender,quero algemas,
Quero razões e motivos para chorar,
Quero versos ricos de sentimento,
Quero sofrer...
Não quero ser livre,quero o amor,
Quero me rastejar,
Quero chorar,
Quero viver,incomum...
Quero meus versos,que se perderam nessa ilustre liberdade...

Presa no meu olhar


O tempo passa,tudo mudou,tudo se foi,
A vida continua,mas ficou presa no passado,
Minha essência se desfez no caminho,no caminho em que me perdi...
Meu futuro é incerto,pois talvez nem o irei viver...

Procuro no infinito do céu a liberdade,procuro você,
Está tudo confuso...As flores da primavera morreram,sinto frio,no calor do verão,
O inverno me aquece a alma e o outono derruba as folhas da minha esperança...

Quero asas,para buscar na imensidão você,
Quero forças,para vencer a saudade que me destrói,
Quero lágrimas para enriquecer o mar de saudade,
Quero vida,quero viver,para pensar cada segundo mais em você...

O sol me observa,me segue,
Vejo nele seus olhos,o reflexo da minha felicidade,
Mas nesse reflexo,nessa ilusão,enxergo que a pessoa que mais amei,
Se perdeu no meu olhar,e pra sempre vai estar presa lá...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Minha sombra

                                      "O grito" de Edvard Munch

Sangue,escorre,escorre pelos meus dedos,
Sangue que cai dessas feridas terríveis,
Mas...onde estão as feridas?
Dói,mas estou sorrindo,
Grito,mas em silêncio,
Choro,mas sem lágrimas...
Meu sangue se acumula pelo chão,
Meu sorriso cada vez mais fica tenebroso,
Meus olhos se fecham cruelmente,
Meu corpo e minha alma estão se desligando...
Estou derretendo,queimando,não sei...
O que está acontecendo?
É tudo um ponto de interrogação,
Mas...confuso,parece meu subconsciente,
Pois a minha sombra parece perfeitamente normal...

Lágrimas de sangue


Ainda estou preso aos seus olhos,desde quando os vi,
Ainda sinto o calor dos seus braços,aquecendo meu coração,
Ainda sinto teu cheiro,ainda ouço tua voz,
Ainda sinto tua mão,ainda sinto você...

Nos meus sonhos sei que posso te encontrar,
A minha alma vaga alucinadamente a te procurar,
O meu coração segue solitário,angustiado,
Minha vida segue um caminho confuso,em busca de você...

Minhas lágrimas são de sangue,minhas cicatrizes são eternas,
Sofro e choro na esperança de poder te abraçar novamente,
Espero ansiosamente um dia tocar em seus lábios,e..
Me perder na doçura dos seus lindos olhos verdes...

Me apego à um futuro incerto,às ilusões,
Tento acreditar em nós dois,em meus sonhos,
Vivo todos os dias grudado em suas fotos,em minhas lembranças,
E choro...choro...mas são apenas lágrimas,lágrimas de sangue...